10 perguntas para a produção de conhecimento em comunicação 2ª Edição

Por em 20 de agosto de 2019

Organizadores:

  • José Luiz Braga
  • Jairo Ferreira
  • Antônio Fausto Neto
  • Pedro Gilberto Gomes

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Editora: UNISINOS

São Leopoldo 2019

Este livro é um momento de passagem do processo de cooperação científica entre pesquisadores dos PPGs em Comunicação da UNISINOS, da UFG e da UFJF, em torno do tema “Epistemologia e Pesquisa em Comunicação”, iniciado em 2007. O projeto, intitulado Crítica Epistemológica, visava a reflexão sobre objetos, métodos e metodologias, disciplina e campo da comunicação. Durante cinco anos (de 2008 a 2013), professores dos três programas desenvolveram seminários e publicaram textos, em conjunto ou individualmente, estimulados pelo intercâmbio. Essa foi uma das esferas do projeto. Além da mobilidade visando as interações sobre as pesquisas em curso, desenvolvidas pelos pesquisadores, o projeto viabilizou processos formativos em nível de mestrado com intercâmbio de estudantes por um semestre; e em pós-doutoramentos. O projeto continua, pela integração da rede em projeto mais abrangente, nucleado no periódico Questões Transversais – Revista de Epistemologias da Comunicação. O projeto de intercâmbio foi viabilizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), por seu programa Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad). Ao final do livro, depois das informações sobre os autores, apresentamos o elenco das atividades e dos resultados dos cinco anos deste Projeto. O presente livro é, portanto, resultado de um extenso trabalho de reflexão e debates. Reunindo a diversidade de perspectivas dos pesquisadores participantes, estivemos todos voltados para um objetivo abrangente, que corresponde ao eixo integrador “Pensar o campo de estudos em comunicação”. Foi durante o III Seminário, realizado na UFG em outubro de 2011, que decidimos adotar como ângulo norteador do IV Seminário – que se realizaria na UNISINOS em 2012 –, o seguinte tema: Que questões são relevantes para pensar a comunicação? A organização do Seminário de 2012 se caracterizou ainda por outra especificidade. Diferentemente do mais habitual, que corresponde a reunir artigos já elaborados, cada participante enviou um texto-programa, apresentando o eixo de suas reflexões. Com base na apresentação dos eixos e nos debates que se seguiram a cada apresentação é que os artigos foram então finalizados. Embora composto de capítulos individualmente escritos, o livro é resultado de reflexões conjuntas, de uma processualidade agonística que, dando prosseguimento aos debates realizados nos três anos anteriores, voltou-se expressamente para as questões aqui tratadas. Em decorrência desse processo e de seus objetivos, a obra aqui reunida é mais que uma “coleção temática”. Procuramos fazer interagirem as questões ocorrentes em nossas pesquisas, voltadas para alguma especificidade comunicacional. Essas aparecem ou como uma preocupação diretamente referente a características do conhecimento comunicacional, ou como busca de um desentranhamento de tais características no âmbito de conhecimentos mais estabelecidos e com os quais trabalhamos em interface. Além de artigos voltados diretamente para a reflexão sobre a especificidade comunicacional, há temas no livro que tratam de espaços de interface com a comunicação, como política, sociologia, linguagem e semiologia, artes, literatura e psicanálise.

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Acreditamos que a capacidade questionadora dos pesquisadores é um importante insumo para a produção do conhecimento. Nossa tarefa e maior responsabilidade, além de explicar realidades complexas do mundo social, é buscar os diversos ângulos em que essa complexidade pode ser esquadrinhada, desenvolver as perguntas que cada modo de conhecimento permite e que o próprio fenômeno oferece. Perguntas bem direcionadas nos possibilitam desentranhar o conhecimento comunicacional do conjunto geral das ciências humanas e sociais.
Um campo de conhecimento em formação, como os estudos da comunicação, se elabora não só pela oferta de teorias abrangentes, mas também com base nas perguntas que desenvolve, para além do horizonte de percepção das ciências humanas e sociais estabelecidas. O que integra os textos deste livro, além do macrotema que os articula – o conhecimento comunicacional –, é que estamos conjuntamente tentando contribuir não só com resultados de pesquisa e proposições afirmativas sobre “comunicação”, mas com perguntas que nos parecem relevantes para o esquadrinhamento do fenômeno comunicacional. As perguntas, que aparecem como título dos capítulos, são efetivamente o eixo dos artigos. O objetivo não é responder a essas perguntas, mas sim propor sua relevância para os estudos em comunicação. Certamente, cada texto oferece também premissas, tomadas de posição, linhas preferenciais de pensamento, métodos e abordagens. Mas isso deve ser lido como base e sustentação para a oferta mais específica, que é a pergunta.
Essa preocupação conjunta se explicita, igualmente, na forma de perguntas dirigidas aos leitores: como tais perguntas alimentarão pesquisas?
Que considerações epistemológicas e metodológicas tais perguntas estimulam? E ainda: o que pesquisar, sobre o que refletir, para avançar o conhecimento dessa questão?
Por isso mesmo, uma das melhores expectativas impregnadas neste livro é que os leitores, estimulados pelo pequeno conjunto de perguntas aqui expostas, se ponham a produzir outras e outras sobre o fenômeno comunicacional – abrindo novas clareiras para a investigação.