1942: O Brasil e sua guerra quase desconhecida

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HarperCollins Brasil, 21 de mai. de 2013 - 312 páginas
Sucesso absoluto na lista de best sellers da revista Veja (edição 201324)Do alto da minha ignorância — e tenho 1,89m —, sempre achei que haviam sido as rajadas da metralhadora (aquele instrumento que sempre dá a mesma nota, ra-tá-tá-tá), bem como o rufar dos tambores (ou, claro, o da bateria), que tinham levado meu amigo João Barone a se apaixonar obsessivamente pela Segunda Guerra Mundial. Afinal, como eu, ele não deixa de ser um garoto que, além de amar os Beatles e os Rolling Stones, segue aguardando pela morte (de preferência lenta e dolorosa) dos masters of war. Mas, qual o quê! Foi somente quando cheguei ao final do primeiro e espetaculoso parágrafo desse livro que vim a descobrir que Barone é filho de um dos tantos João Silva que cruzaram o oceano e moveram montanhas para lutar contra a infâmia nazista e a sombra do totalitarismo mais repugnante que surgiu sob os céus.Sim, João de Lavor Reis e Silva foi um dos pracinhas da FEB que ajudou a tomar o Monte Castello das mãos dos "tedescos" e "chucrutes", libertando parte da Itália e colaborando para que os servos de Hitler fossem, pelo menos naquele momento e local, varridos do mapa. Esse nosso João era um dos 25 mil brasileiros, muitos deles de perfil heroico, que tomaram parte numa das únicas guerras "dignas" na qual o Brasil se meteu. Sim, porque na escola nos ensinaram uma antiga lição: que nossa história é mansa e pacífica e somos a pátria do "homem cordial". Bem ao contrário, a trajetória histórica do Brasil é repleta de sangue e suor, e abunda em conflitos sórdidos, nos quais, com exceção de algumas genuínas revoltas populares, o país jamais se furtou de exibir sua face cruel.Mas daquela vez não. Depois de muita hesitação, e dos volteios do que já foi chamado de "neutralidade interesseira" do ditador Vargas, o dramático torpedeamento de navios de passageiros em águas territoriais nacionais levou o Brasil a enfim declarar guerra à Alemanha nazista e a pegar em armas, mirando-as na direção certa.

Sobre o autor (2013)

JOÃO BARONE é baterista dos Paralamas do Sucesso e pesquisador da Segunda Guerra Mundial, com foco na participação brasileira no conflito. Escreveu durante três anos a coluna "Barone vai à Guerra", na revista Grandes Guerras, da Editora Abril; codirigiu e coproduziu o documentário Um brasileiro no Dia D (2006) e apresentou diversos programas sobre a Segunda Guerra, como o Arquivo N (Globonews) e o Aviadores Sulamericanos na Segunda Guerra Mundial (History Channel). Recebeu várias condecorações por seu trabalho de valorização da história do Brasil na Segunda Guerra, entre elas a Medalha Três Heróis Brasileiros (Associação dos Ex-Combatentes do Brasil — 2009); a Medalha Mascarenhas de Moraes (Associação Nacional dos Veteranos da FEB — 2010); e a Medalha da Vitória (Ministério da Defesa — 2011). É autor de 1942 - O Brasil e sua guerra quase desconhecida.

Informações bibliográficas