Poesias

Capa
Viuva Bertrand e filhos, 1850 - 326 páginas
 

Páginas selecionadas

Outras edições - Ver todos

Passagens mais conhecidas

Página 90 - Oh morte, amiga morte! é sobre as vagas, Entre escarcéus erguidos, Que eu te invoco, pedindo-te feneçam Meus dias aborridos: Quebra duras prisões, que a natureza Lançou a esta alma ardente; Que ela possa voar, por entre os orbes, Aos pés do Omnipotente.
Página 107 - Núncia do crime, a que deveu a terra Do assassinado o pó: Porém quando mais te amo, Oh cruz do meu Senhor, É, se te encontro à tarde, Antes de o sol se por, Na clareira da serra, Que o arvoredo assombra...
Página 177 - Na garganta da serra ou sobre o outeiro, Pelo pinhal da encosta ou na campina, Nesse dia de atroz carnificina, Negros uns vultos vaguear se viam: A cruz do Salvador na esquerda erguida, Na dextra o ferro, preces blasfemando, «Não perdoeis a um só...
Página 81 - Criador a vida do homem Estava ainda guardada: Ainda então do mundo os fundamentos Na mente se escondiam De Jeová, e os astros fulgurantes Nos céus não se volviam.
Página 82 - Uma primeira flor: Sobre o invisível eixo range o Globo: O vento o bosque ondeia: Retumba ao longe o mar: da vida a força A natureza...
Página 68 - Quando de pomos o vergel fôr cheio ; Quando ondear o trigo na planura, Quando pender com aureo fructo a vide, Eu tambem penderei na sepultura. Dos que me cercam no turbado aspecto, Na voz que prende desusado enleio, No pranto a furto, no fingido riso, Fatal sentença de morrer eu leio. Vistes vós criminoso que hão lançado Seus juizes nos trances da agonia, Em oratorio estreito, onde não entra Suavissima luz do claro dia ; « Diante a cruz, ao lado o sacerdote, O cadafalso, o crime, o algoz na...
Página 4 - Eu não! — eu rujo escravo; eu creio e espero No Deus das almas generosas, puras, E os déspotas maldigo. — Entendimento Bronco, lançado em século fundido Na servidão de gozo ataviada, Creio que Deus é Deus e os homens livres!
Página 92 - Doce amizade e amor. Tudo o mais é sepulcro branqueado Por embusteira mão; Tudo o mais vãos prazeres que só trazem Remorso...
Página 114 - Ao pé de ti no seu sudario envolta. Este longo esperar do dia extremo, No esquecimento do ermo abandonada, Foi duro de soffrer aos teus remidos, Oh redemptora cruz. Eras, acaso, Como um remorso e accusação perenne No teu rochedo alpestre, onde te viam Pousar tristonha e só? Acaso, á noite, Quando a procella no pinhal rugia, Criam ouvir-te a voz accusadora Sobrelevar á voz da tempestade? Que lhes dizias tu?
Página 109 - Na miseria e na dor constante has sido Por bem dezoito seculos : foi esse Por cujo amor surgias qual remorso Nos sonhos do abastado ou do tyranno, 216 Bradando — esmola! a um; — piedade!

Informações bibliográficas