O mito do complô judaico-comunista no Brasil: gênese, difusão e desdobramentos (1907-1954)

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Editora Humanitas, 2008 - 247 páginas
Este estudo investiga a trajetória da idéia de uma conspiração judaica, sua inserção e desdobramentos no imaginário da elite intelectual e política brasileira tendo como referência a sua produção literária e a utilização do mito conspirativo enquanto dispositivo do poder em 1937. O embrião deste fenômeno foi identificado no discurso católico do início do século XX, mais especificamente, a partir de 1907, com a publicação da revista Vozes de Petrópolis, editada pela Ordem dos Franciscanos. Intelectuais leigos e religiosos acreditavam na imprensa enquanto instrumento de combate às idéias contrárias aos interesses católicos. Uma construção associativa estabelecia os "inimigos da Igreja" a partir da lógica da mitologia fundamentada na idéia de que havia uma conspiração contra a cristandade. Entre esses inimigos estavam os judeus, os maçons e os comunistas. Destacaram-se nesse movimento o Centro da Boa Imprensa e o Centro D. Vital que tinha como porta-voz a revista A Ordem, criada em 1921. Os judeus foram considerados como inimigos externos da nação pelo Estado autoritário varguista. O DEOPS, órgão de repressão estatal, sustentou uma vigilância sistemática a segmentos da comunidade judaica freqüentemente identificados com o ideal comunista e as frentes de resistência ao nazi-fascismo. Em distintos momentos, tal intolerância se fez fundamentada na crença de que os judeus estariam se organizando através do comunismo com a finalidade.
 

Conteúdo

Apresentação
15
Introdução
35
A gênese do mito do complô no Brasil
53
Focos promotores e difusão 19301945
123
Desdobramentos discursivos e a tranformação
175
Considerações Finais
229
Direitos autorais

Informações bibliográficas