História de Arzila durante o domínio português (1471-1550 e 1577-1589)

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Imprensa da Universidade, 1924 - 491 páginas
 

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Passagens mais conhecidas

Página xxxi - ... nações a que os reis davam privilegios e liberdades, sentindo-o por seu serviço e proveito; e estes faziam vir e enviavam do reino grandes e grossas mercadorias, em guisa que, afora as outras cousas de que n'essa cidade abastadamente carregar podiam, somente de vinhos foi um anno achado que se carregaram doze mil toneis, afora os que levaram depois os navios na segunda carregação de marco. E portanto vinham de desvairadas partes muitos navios a ella, em guisa que com aquelles que vinham...
Página vii - Um carácter bem estudado vale por um mundo visto. Quando os caracteres são como foram os dos filhos de D. João I, eminentemente acentuados e profundamente diferenciados, a galeria torna-se um verdadeiro curso da alma individual nos seus fenómenos mais sugestivos. E quando, finalmente, a plêiade é, como esta foi para nós, a iniciadora da vida nova que tivemos na Renascença, a psicologia histórica eleva-se à altura de uma interpretação das causas determinantes do nosso...
Página xiv - ... para realizar a sua política: desviar uma nação de agricultores para o grande comércio ultramarino, garantindo-lhe o essencial da subsistência pela importação de cereais. Cumpre-nos ver em João Afonso o representante dessa classe junto da pessoa do monarca, na sua qualidade de financista. Ora, as mercadorias que as caravanas transportavam até Marrocos, desde o Mar Roxo, pelo Egipto, pela Tripolitana e por Argel, tinham a saída natural pelo porto da cidade de Ceuta, convizinho ao mesmo...
Página 173 - Vós estais mais aguçado Que canivete do Porto. Viva o Conde do Redondo, Que lhe furtais quanto tendes ; Mas da sua graça mendes Vos acho eu todo mondo.
Página xiii - Quais de nós acharão agora», — exclamam eles, — «quando se alevantarem de suas camas, as bestas carregadas dos panos da seda que nos vinham da cidade de Damasco ou as casas cheias de pedras preciosas dos da comunidade de Veneza, ou os grandes sacos da especiaria, que nos vinham dos desertos da Líbia»..., etc.
Página xxi - Mas Ceuta, no irrequieto pensamento do infante D. Henrique, era apenas o primeiro elo de uma cadeia que havia de apertar e estrangular o império de Marrocos; dando-nos, com a posse d'elle, o dominio em toda a África desconhecida, e, através dos
Página xviii - ... une multitude de villages entourés de jardins; ce n'est que vie, richesse, fraîcheur. Des sources jaillissent de toutes parts; à chaque pas, on traverse des ruisseaux ; ils coulent en cascades parmi les fougères, les lauriers, les figuiers et la vigne, qui poussent d'eux-mêmes sur leurs bords. Nulle part je n'ai vu de paysages plus riants, nulle part un tel air de prospérité, nulle part une terre aussi généreuse, ni des habitants plus laborieux.
Página xxiv - Marrocos, como um dardo a investir, a península recebia em cheio as lufadas do sul, que, vindo de África, trazem consigo a própria areia adusta do deserto. Mais de um grão dos que o infante pisava nos seus passeios sombriamente agitados, como na tolda de uma nau em horas de temporal, viera do Sara arrebatado nas asas do simum, encapelando as ondas que se lhe despedaçavam aos pés.
Página xiii - Joham, mas onde havia também as especiarias, os tecidos preciosos, o oiro fulvo, e tudo o mais que as caravanas traziam através do deserto, desde o mar Roxo...
Página 450 - Alteza é obrigado a suster, e no modo de que está sua fazenda, 30 representam-se-me tantas desesperações, que muitas vezes me parece que vem mais de minha compreição malencólica, que doutra cousa.

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