Imagens da página
PDF
ePub

FRANCISCO LEITÃO FERREIRA

(1718)

NOVA ARTE DE CONCEITOS QUE COM O TITULO DE LIÇOENS ACADEMICAS NA PUBLICA ACADEMIA DE ANONYMOS DE LISBOA DITAVA, E EXPLICAVA O BENEFICIADO FRANCISCO LEITÃO FERREIRA, ACADEMICO ANONYMO, ETC. LISBOA OCCIDENTAL, NA OFFICINA DE ANTONIO PEDROSO GALRAM. ANNO 1718-1721

É dedicada a D. Carlos de Noronha, filho primogenito do Conde de Valladares D. Miguel de Noronha. Aponta muitos logares do Poeta adequados para comprovar e exemplificar as suas asserções em toda a sorte de conceito, ou, como se expressa, em todo o caracter de dizer.

Faz varias reflexões sobre muitos logares do Poema e rythmas, especialmente na lição xxx, § 2.o n.o 16, pag. 144.

Francisco Leitão Ferreira, Presbytero secular, nasceu em Lisboa a 16 de Maio de 1667, foi Parocho de Nossa Senhora do Loreto de Lisboa da nação italiana, pelo espaço de trinta annos. Foi Academico da Academia Real de Historia, da dos Arcades de Roma, e de outras Academias do seu tempo. Foi homem tido em conta de muito erudito e bom Poeta. Escreveu varias obras, e entre estas as Noticias Chronologicas da Universidade de Coimbra. Sobre a Arte de Conceitos veja-se no Diccionario Bibliographico do sr. Innocencio Francisco da Silva o juizo que apresenta de Francisco José Freire, do sr. Luiz Augusto Rebello, e o do proprio auctor do Diccionario. Para a sua biographia, veja-se o seu Elogio funebre por Diogo Barbosa, no tomo xv na Collecção de Memorias da Academia de Historia.

FR. CHRISTOVÃO DA RESURREIÇÃO

(17...)

EXPLICAÇÃO POR MODO DE COMENTO A CAMOENS.

FOL. MS. POR FR. CHRISTOVÃO DA RESURREIÇÃO

Foi filho de Domingos Gonçalves e Pascoa de Aguiar, natural do Porto. Professou na Ordem de Christo no Convento de Thomar a 10 de Abril de 1681; morreu a 14 de Outubro de 1726.

IGNACIO GARCEZ FERREIRA

(1731-32)

LUSIADA POEMA EPICO DE LUIZ DE CAMÕES, PRINCIPE DOS POETAS DE ESPANHA, COM OS ARGUMENTOS DE JOÃO FRANCO BARRETO, ILLUSTRADO COM VARIAS E BREVES NOTAS, E COM HUM PRECEDENTE APPARATO DO QUE LIE PERTENCE, POR IGNACIO GARCEZ FERREIRA, ENTRE OS ARCADES GILMEDO, A ELREY D. JOÃO V NOSSO SENHOR. TOMO I, NAPOLES NA OFFICINA PARRINIANA 1731. TOMO II, EM ROMA NA OFFICINA DE ANTONIO ROSSI, 1732

Depois da dedicatoria a El-Rei D. João V, datada de Napoles a 21 de Dezembro de 1730, vem um catalogo dos auctores citados na obra.

Segue um Apparato Preliminar á Lusiada, em que se expõe quanto pertence á condição do Poeta, e á qualidade e particularidades do Poema, dividido em quatro livros.

O primeiro trata do que pertence ao Poeta, a saber: a sua vida; elogios dirigidos ao mesmo; catalogo das suas obras e principaes edições; traducções impressas e manuscriptas; expositores e juizo dos seus Commentos. Os outros tres livros contêem o que pertence ao Póema.

Acompanha este primeiro volume uma boa estampa allegorica com o retrato do Poeta, gravado por João Carlos Allet, e um mappa da derrota de Vasco da Gama.

No segundo tomo se desculpa de alguma imperfeição na desigualdade do caracter da letra e pelas erratas, o que procedeu de ser este impresso em Roma, tendo sido o primeiro em Napoles, e da involuntaria mudança de domicilio do auctor, que deu logar á falta de socego de animo que é preciso para a correcção de um livro.

Cada canto é precedido dos argumentos de João Franco Barreto, e em baixo do texto tem as notas em duas columnas.

O Commentador mostra alguma severidade na critica, apresenta comtudo erudição; o padre José Agostinho de Macedo se serviu muito do trabalho de Garcez para a censura dos Lusiadas.

Ignacio Garcez Ferreira nasceu na Villa de Almeida a 18 de Setembro de 1680, e foi filho de Antonio Cardoso, Vedor Geral da Provincia da Beira, e de sua mulher Maria de Carvalho. Tomou a murça de Conego de S. João Evangelista, no Convento de S. Bento de Xabregas, a 19 de Março de 1710. Deixando a Congregação, partiu para Roma a 25 de Dezembro de 1712, onde assistiu até 1728, e ahi foi admittido na

Academia dos Arcades com o nome de Gilmedo. De Roma passou a Napoles, onde se demorou tres annos, e restituido á patria foi provido em uma conezia na Sé de Lamego.

ANTONIO JOSÉ DA SILVA

(1736)

GLOSA AO SONETO DE CAMOENS «ALMA MINHA GENTIL QUE TE PARTISTE » NA QUAL EXPRIME PORTUGAL O SEU SENTIMENTO NA MORTE

DE SUA BELLISSIMA INFANTA A SENHORA D. FRANCISCA

São quatorze oitavas e saíram nos Accentos Saudosos das Musas Portuguezas ao mesmo assumpto. Parte 1. Lisboa, 1736.

Antonio José da Silva, Bacharel formado pela Universidade de Coimbra na faculdade de Canones, foi advogado em Lisboa e celebre poeta comico. Nasceu no Rio de Janeiro a 8 de Maio de 1705, sendo filho de João Mendes da Silva, que exercia a advocacia n'aquella cidade, e de sua mulher Lourença Coutinho. Regressou a Portugal em 1712 ou 1713, por occasião, ao que parece, em que sua mãe vinha presa, por ordem da Inquisição, por culpas de judaismo. Tendo sido elle mesmo preso e saído do carcere a 13 de Outubro de 1726, foi de novo, passados onze annos, preso, e soffreu todo o rigor do Tribunal com a pena imposta de ser queimado vivo, o que desgraçadamente teve execução no Auto da Fé de 1739. Póde ver-se na obra do sr. Innocencio Francisco da Silva, Diccionario Bibliographico, o bem trabalhado artigo sobre este infeliz auctor, onde vem apontadas as differentes biographias que sobre elle publicaram alguns escriptores, e o catalogo das suas obras.

DIOGO BARBOSA MACHADO

(1741)

BIBLIOTECA LUSITANA, HISTORICA, CRITICA E CHRONOLOGICA, NA QUAL SE COMPREHENDE A NOTICIA DOS AUCTORES PORTUGUEZES E DAS OBRAS QUE COMPUZERAM DESDE O TEMPO DA PROMULGAÇÃO DA LEI DA GRAÇA ATÉ O TEMPO PRESENTE. OFFERECIDA Á AUGUSTA MAGESTADE DE D. JOÃO V NOSSO SENHOR. 1741-1759. FOL. GR. 4 TOMOS

No logar competente da Bibliotheca vem um longo artigo sobre Camões, acompanhado de uma Biographia onde se enumeram as diffe

rentes edições, traducções e escriptores que escreveram sobre elle e as suas obras, ou se referiram a elle com elogio; nos artigos d'estes escriptores se trata esta materia com mais individuação. Sentimos porém que nos não desse noticias mais circumstanciadas dos dois manuscriptos que se achavam na livraria do Conde de Vimieiro, os quaes continham poesias ineditas do nosso Poeta, e dos autographos de Faria e Sousa.

Diogo Barbosa Machado, filho do Capitão Ignacio Barbosa Machado e de D. Catharina Barbosa, nasceu em Lisboa a 31 de Março de 1682, e falleceu na mesma cidade a 9 de Agosto de 1772. Seguiu a vida ecclesiastica e foi Abbade de Santo Adrião de Sever, e um dos primeiros cincoenta Academicos da Academia Real de Historia Portugueza. Foi um dos homens de letras mais incansaveis nos seus estudos, e dotou a litteratura patria com o importantissimo trabalho bibliographico da sua Bibliotheca Lusitana, sem o qual a mesma litteratura jazeria no chaos. Sobre a sua vida e escriptos veja-se o bem elaborado artigo no Diccionario Bibliographico do sr. Innocencio Francisco da Silva.

PADRE FRANCISCO DE SANTA MARIA

(1714)

ANNO HISTORICO, DIARIO PORTUGUEZ, NOTICIA ABBREVIADA DE PESSOAS
GRANDES E COUSAS NOTAVEIS DE PORTUGAL. TOMO I. LISBOA,
POR JOSÉ LOPES FERREIRA 1714

Reimprimiu-se posthumo 1744. Tomo e no mesmo anno. No dia 17 de Julho em que faz fallecido Camões, traz a sua biographia.

Fr. Francisco de Santa Maria nasceu em Lisboa a 11 de Dezembro de 1653. Foi Conego secular de S. João Evangelista, Doutor em Theologia pela Universidade de Coimbra, Reitor da Casa de Santo Eloy, Geral da mesma Congregação e Provedor do hospital das Caldas da Rainha. Diz-se que rejeitára a mitra de Macau, para a qual D. Pedro II quiz nomea-lo em 1692. Falleceu em Lisboa a 13 de Novembro de 1713. Veja-se para a sua biographia o Elogio que à sua memoria dedicou Manuel da Cunha de Andrade, impresso em 1739, os Estudos Biographicos de Barbosa Canaes, e o Diccionario Bibliographico do sr. Innocencio Francisco da Silva. Ha dois retratos do auctor na Bibliotheca Nacional.

MATHEUS DA COSTA BARROS

(1745)

NOVISSIMO COMENTO APOLOGETICO AO POEMA DOS LUSIADAS

DE LUIS DE CAMOENS. FOL. 3 TOM. MS.

Diogo Barbosa examinou o tomo II por ordem do Desembargo do Paço, a 16 de Novembro de 1750.

O proprio auctor faz menção d'esta sua obra no Discurso Apologetico e Critico que escreveu em defeza da ave Fenix, sua creação e metamorphose, etc. (Lisboa, 1745) por esta fórma:

«Tendo concluido sobre a estancia do canto II do mayor poema com todas as auctoridades e rasoens do meu discurso, a existencia da ave Fenix, e peregrinando pelas licenças o meu primeiro tomo que incluia a referida exposição, apareceo em publico.»

Na mesma obra vem um epigramma latino, e á margem esta nota de Francisco José Freire, auctor do dito epigramma em louvor da obra: «Est auctor in arte poetica versatissimus, ut Camonis comentaria quæ sub prælo sunt doctissime testantur.»>

Matheus da Costa Barros nasceu em Lisboa a 21 de Setembro de 1693, filho de João da Costa Rousado e de Marianna Josepha. Casou no anno de 1722 com D. Francisca da Fonseca Coutinho e Azinhaga, filha legitimada de Antonio de Sousa Coutinho, e de Maria da Silva de Figueiredo, de quem teve Antonio de Sousa Coutinho, successor dos Morgados dos Cinco Outeiros e da Arrifana; falleceu a 18 de Agosto de 1746 na villa da Castanheira, e ahi jaz sepultado com sua mulher, na igreja de S. Bartholomeu.

LUIZ ANTONIO VERNEY
(1746)

VERDADEIRO METODO DE ESTUDAR PARA SER UTIL Á REPUBLICA E Á IGREJA, PROPORCIONADO AO ESTILO E NECESSIDADE DE PORTUGAL, EXPOSTO EM VARIAS CARTAS ESCRITAS PELO R. P... BARBADINHO DA CONGREGAÇÃO DE ITALIA, AO R. P. *** DOUTOR NA UNIVERSIDADE DE COIMBRA. VALENSA, ANNO 1746

[ocr errors]

Na carta vii critica Camões em quem reconhece engenho, imaginação fecunda e grande, mas a quem reputa falto de erudição, juizo e dis

« AnteriorContinuar »