Imagens da página
PDF
ePub

faltar nada para la perfeccion de tan alto nombre, y tanto mas lo muestra, quanto la lengua suya natural paresce contrastar para la perfeccion del verso. Tal tesoro como este no era rason que en sola su lengua se leyesse, e assi con mucha razon se deven dar gracias a quien ha querido tomar trabajo de communicarlo a su lengua castellana, etc. » Elogia o traductor e expõe o methodo que seguiu na sua traducção. - Illustrissimo Domino Ascanio Colona Abbate Sanctæ Sophiæ, oito dysticos latinos, e um soneto do traductor em hespanhol; Magister Franciscus Sanctius Brocensis, de Magistro Luisio Gomez de Tapia Carmen, seis versos latinos; Alvarus Rodericus Zambranus, de Magistro Luisio Gomez de Tapia, doze versos latinos; El doctor Diogo de Vargas al Maestro Luis Gomes de Tapia, um soneto em italiano; Don Luis de Gongora al Maestro Luis Gomes de Tapia, cancion: n'esta canção encarece o valor portuguez e exalta os heroes da India. Soneto ao traductor de Luiz de Valençuela, e outro de Alvaro de Peralta. Pedro da Vega al libro del Maestro Luis Gomes de Tapia, canção: n'esta poesia allude á traducção dos Lusiadas de Benito Caldera que saíu no mesmo anno, porém mais temporă: diz ao traductor que não mostre paixão pelo apparecimento d'esta traducção, pois com poucas lentilhas comprará a progenitura, e não o espante estar estampada em formato maior, que não receie a victoria, porque escudado com o seu protector é segura a derrota.

Que baxo de tal vandera

No es menester casco e cota
Que no es esta Caldera

Que llaman de Aljubarota.

Segue-se uma relação dos Reis de Portugal, com a origem do Conde D. Henrique. «Catalogo de los Reyes que en Portugal ha avido desd'el primer Conde Don Enrique hasta el año de ochenta, en que la mayor parte de Portugal está subjecta a la Magestad del Rey Don Phelippe nuestro Señor.» Termina em Felippe II por esta maneira: «A Don Henrique succedio el año de ochenta la Sacra Magestad del Rey Don Phelippe II deste nombre Rey de España; assi por ser Reyno que de su corona avia salido, como por ser nieto del Serenissimo Rey D. Manuel, padre de Don Henrique que murio sin herederos. >>

É esta traducção escripta em oitava rima; no principio de cada canto tem um argumento em prosa, e no fim de cada um dos ditos cantos umas breves notas mythologicas e historicas, sem referencia alguma ao

Poeta. O exemplar que examinámos é da bibliotheca nacional, e não está completo; termina com a estancia CXLIII, vindo a faltar as ultimas treze estancias.

Tem mais este exemplar, em letra de mão e da epocha, o nome de Luiz de Camões, assignado na primeira folha do rosto, no local onde se costumam collocar as armas, ou a vinheta de que usam as officinas typographicas, o que faria suspeitar que fosse a propria assignatura de Camões e elle o possuidor d'este livro, e a quem o traductor o enviasse, se a declaração que o mesmo traductor faz, que por esta epocha estava quasi todo o Portugal sujeito a Filippe II, não viesse contraditar esta supposição; salvo se o traductor desse já por consummado um facto que se estava preparado, não estava comtudo inteiramente concluido, e só teve logar poucos dias depois da morte do nosso Poeta.

HENRIQUE GARCEZ

(1591)

LOS LUSIADAS DE LUYS DE CAMOENS TRADUZIDOS DE PORTUGUES EN CASTELLANO POR HENRIQUE GARCEZ. DIRIGIDAS A PHILIPPO MONARCHA PRIMERO DE LAS ESPAÑAS Y DE LAS INDIAS. EN MADRID. IMPRESSO CON LICENCIA EN CASA DE GUILERMO DROUY EMPRESSOR DE LIBROS. AÑO 1591

Depois do titulo segue-se o privilegio, licenças e quatro sonetos, dois a Filippe II, outro de Diogo de Aguilar, outro de resposta, e no fim outro soneto. Um vol. de 4.o Tem 186 folhas, sendo a ultima de erratas, e no verso o logar da officina e anno de impressão. Começa:

Las armas e varones señalados

De l'occidental praia Lusitana,

Que por los mares nunca navegados

Passaron mas alla de Taprobana.

Miguel de Cervantes, na sua Galatea, liv. vi, Canto de Caliope, faz menção d'este auctor alludindo á súa traducção de Petrarcha:

De un Enrique Garcez, que al Peruano
Reino enriquece, pues con dulce rima,
Con sutil, ingeniosa, i facil mano,
A la mas ardua empressa en el dio cima,

9

Pues en dulce Espanol al gran Toscano
Nuevo lenguage ha dado, i nueva estima;
Quien sera tal que la mayor le quite,
Aunque el mesmo Petrarca resucite?

Henrique Garcez foi natural da cidade do Porto, d'onde passou ás Indias occidentaes, e n'ellas assistiu a maior parte da vida occupado no serviço de Castella, devendo-se à sua industria que no Peru não corresse a prata sem ser cunhada, e se usasse do azougue para beneficio d'este metal. Ficando viuvo obteve um canonicato na Cathedral do Mexico; Agostinho Rebello da Costa, na sua Descripção topographica do Porto, citado pelo sr. Innocencio Francisco da Silva, diz que fallecêra em 1591.

Um exemplar d'esta rara traducção, diz o fallecido Visconde de Almeida Garrett, que possuia o seu amigo Mr. James Gooden na sua bibliotheca em Londres; o que vimos pertence ao sr. João José Barbosa Marreca, que teve a bondade de m'o franquear para eu o examinar.

Fazem menção d'este traductor, alem de outros, Manuel de Faria e Sousa na Vida de Camões, e o padre Antonio dos Reis, Enth. Poet. n. 450.

FRANCISCO DE AGUILAR

(15...)

OS LUSIADAS TRADUZIDOS EM CASTELHANO

POR FRANCISCO DE AGUILAR. MS.

Faria e Sousa, Comment, ås Rimas, n.o 39, faz menção de duas traducções castelhanas que se seguiram á de Garcez, por esta fórma: «La quarta hizo Manoel Correa Montenegro; y la quinta D. Francisco de Aguilar, ambos con mas de Portugueses que de Castellanos y ambos moradores en Madrid: Estas vi yo manuscritas.» De nenhuma d'ellas faz menção Nicolau Antonio.

Francisco de Aguilar falleceu a 13 de Março de 1613. Vide Nic. Antonio.

MANOEL CORREA MONTENEGRO

(16...).

LUSIADA DE LUIS DE CAMOENS TRADUSIDA EN CASTELLANO

POR MANOEL CORREA MONTENEGRO. MS.

Faria e Sousa diz que esta fôra a quarta traducção n'esta lingua, e que não era boa.

D. LAMBERTO GIL

(1818)

LOS LUSIADAS, POEMA EPICO DE LUIS DE CAMOENS QUE TRADUJO AL CASTELLANO DON LAMBERTO GIL, PENITENCIARIO EN EL REAL ORATORIO DEL CABALLERO DE GRACIA DE ESTA CORTE. MADRID 1818. IMPRENTA DE DON MIGUEL DE BURGOS. 8.o 3 VOL.

Tomo I. Prologo del traductor: n'este prologo faz menção das traducções do Poema, e n'elle diz que Pedro Martinez e D. Nicolau Antonio accusam uma traducção castelhana de 1609. Segue Vida de Luiz de Camões: não é. mal escripta, mas sem maior novidade que a dos nacionaes; a fl. 92 faz menção da edição dos Lusiadas do Morgado de Matheus, fazendo os devidos elogios ao editor e á nitidez da edição. Juizo critico: elogia muito o Poeta, e transcrevendo a falla de D. Nuno Alvares Pereira, diz: «Si el Nuno Alvarez de la historia fue tan elocuente, tan valiente, tan lleno de celo y de furor como el que nos pinta Camoens, mucha desculpa tiene el pueblo que se dejo cegar, y lo seguio olvidando al rey a quein debia haber obdecido.» Depois de haver notado as bellezas do Poema, toca alguns defeitos por esta fórma: «Verum opere in longo fas est obrepere somno. Estes defectillos y algun otro que se encontrará (y nos otros notamos solo para hacer ver que no respetamos con una veneracion supersticiosa el autor que traducimos, y para que no se extravien con la celebridad de tan classico escritor los jovenes inexpertos) son como las manchas en el sol, que por mas grandes que quieran hacerlas los astronomos, nada lhe quitan de su resplendor y claridad, y siempre lo dejan el padre de la luz, con cuyo auxilio vemos aun las mismas manchas que se descubren en el.» Viage de Vasco da Gama a la India. Depois vem os argumentos em prosa dos

cinco cantos que comprehende este primeiro tomo, e logo a traducção

do Poema que começa:

Las armas e varones señalados,
que dejando la playa Lusitana
por mares antes nunca navegados
passaron mas allà de Trapobana;
y en peligros y guerras esforzados
mas de lo que promete fuerza humana,
entre gente remota edificaron

nuevo reino que tanto sublimaron.

Seguem-se as notas a estes cinco cantos, e depois as erratas. Tomo II. Os argumentos em prosa, depois a traducção seguida das notas e erratas.

Tomo I. Poesias varias y Rimas de Luis de Camoens que tradujo al castellano D. Lamberto Gil, Penitenciario en el real Oratorio del Caballero de Gracia de esta Corte. Tomo II, Madrid 1818. Imprenta de D. Miguel de Burgos.

Prologo: n'este prologo avalia o merecimento de Camões como poeta lyrico, comparando-o com Petrarcha, ao qual reputa superior o nosso Poeta. As poesias escriptas na lingua hespanhola, pelo poeta portuguez, a qual, na opinião do traductor, elle fallava perfeitamente, foram marcadas n'este volume com um asterisco para se não confundirem com as traduzidas.

Depois da traducção vem umas notas abreviadas, e depois das erratas um indice das poesias contidas no volume. ·

Apesar de ser uma traducção moderna do seculo actual, comtudo apenas vi um exemplar na Bibliotheca do fallecido advogado Rego Abranches, hoje dos herdeiros de Joaquim Pereira da Costa, e constame que tambem começa a ser rara em Madrid.

D. EMILIO BRAVO

(18...)

POEZIAS DE D. EMILIO BRAVO. HAVANA 18... 1 VOL.

N'esta collecção publicou dois Cantos dos Lusiadas, e alguns trechos no Semanario Pitoresco. Tem concluidos tres cantos; aindaque con

« AnteriorContinuar »