Imagens da página
PDF
ePub

Fr. Francisco de Santo Agostinho de Macedo, tão conhecido no mundo litterario, não só pelos seus vastos talentos encyclopedicos, mas pela facilidade e presteza com que escrevia, nasceu no anno de 1596 e professou a 22 de Maio de 1610 no collegio dos Jesuitas de Coimbra. Deixou a religião da Companhia, depois de sete annos e de ter feito o quarto voto, e abraçou o instituto de Santo Antonio; morreu em Padua no 1.o de Maio de 1681, de idade de oitenta e cinco annos.

MANUEL DE OLIVEIRA FERREIRA

(17...)

LIBER VII LUSIADUM CAMONII, POR MANUEL OLIVEIRA FERREIRA. MS.

Traduziu o Canto vii em verso por emulação com premio:

Jam prope Lusiadæ conscendere visi

A tantis fuerat quæque exoptata feroces, etc.

Era natural da cidade do Porto, e nasceu a 31 de Agosto de 1711. No anno de 1754 ainda era vivo. Vide Bib. Lusit. e o Supplemento.

FILIPPE JOSÉ DA GAMA

(17...)

OS LUSIADAS DE CAMÕES EM PROSA EM LATIM. MS.

Esta traducção se perdeu no incendio do terramoto de 1755, como o mesmo auctor asseverou a Thomás José de Aquino.

Filippe José da Gama nasceu em Lisboa em 1713, foi academico da Academia Real de Historia Portugueza, e de outras que se estabeleceram na sua patria, e em Roma na dos Arcades, official de secretaria e censor regio pelo desembargo do paço. O Sr. Innocencio Francisco da Silva, referindo-se a Thomas José de Aquino, o suppõe já fallecido no anno de 1779.

TUSCULANUM CONIMBRICENSE

(16...) MS.

Vem uma Elegia latina sobre o thema o soneto:

Horas breves do meu contentamento.

JOHANNES BUCHARDUS ET FREDERICUS OTTON

(1734)

JOHANNIS BUCHARDI ET FREDERICI OTTONIS

MENECKENORUM PATRIS ET FILII BIBLIOTHECA VIRORUM
MILITIA ÆQUE AC SCRIPTIS ILLUSTRIÚM. LIPSIÆ 1734

Vem uma biographia de Camões, extrahida principalmente de Nicolau Antonio.

HENRIQUE SCHERER

(1738)

GEOGRAPHIA UNIVERSALIS ETC. DE HENRIQUE SCHERER. 1738.

Faz menção de Camões: «Ludovicus Camoens, insignis Poeta, dictus Virgilius Lusitanus, sed malignantis fortunæ lusus; diu namque in orbe circumatus; tandem in patria miseriis immortuus. »

NICOLAU ANTONIO

(1783)

BIBLIOTECA HISPANA NOVA AB ANNO 1500 AD ANNUM 4684.

MATRITI, IBARRA 1783. 2 VOL. FOL.

Traz uma biographia de Camões, e a relação de algumas edições e traducções.

J. F. DAVIS

(1831)

INSCRIPÇÃO LATINA Á GRUTA DE MACAU

Compoz os seguintes versos latinos á gruta de Macau com este titulo:

IN CAVERNAM, UBI CAMOENS FERTUR CARMEN EGREGIUM COMPOSUISSE

Hic, in remotis sol ubi rupibus
Frondes per altas molliùs incidit,
Fervebat in pulchram camœnam
Ingenium Camoentis ardens:

Signum et Poëtæ marmore lucido
Spirabat olim, carminibus sacrum,
Parvumque, quod vivens amavit,
Effigie decorabat antrum:

Sed jam vetustas, aut manus impia
Prostravit, Eheu! -Triste Silentium
Regnare nunc solum videtur

Per scopulos, virides et umbras!

At fama nobis restat, at inclytum
Restat Poëtæ nomen, at ingeni
Stat carmen exemplum perenne,
Ærea nec monumenta quærit!

Sic usque virtus vincit, ad ultimos
Perducta fines temporis, exitus
Spernens sepulchrorumque inane,
Marmoris ac celerem ruinam!

Macau, 1831. —J. F. Davis.

TRADUCÇÕES HESPANHOLAS

BENITO CALDERA

LOS LUSIADAS DE LUYS DE CAMÕES TRADUSIDOS EN OCTAVA RIMA CASTELLAÑA POR BENITO CALDERA RESIDENTE EN ESTA CORTE. DIRIGIDOS AL ILLUSTRISSIMO SEÑOR HERNANDO DE VEGA DE FONCECA, PRESIDENTE DEL CONSEJO DE LA HAZIENDA DE SU M. Y DE LA SANTA Y GENERAL INQUISICION. CON PRIVILEGIO IMPRESSO EN ALCALÁ DE HENARES POR JUAN GRACIAN, AÑO 1580.

No frontespicio tem uma vinheta que representa um soldado armado, com a lança na mão, e na attitude de montar a cavallo; é bem gravada, e figura-se-me ser o retrato do Poeta.

Segue-se a approvação de Fradique Fiario Ceriol. Diz que a poesia dos Lusiadas é feita á imitação da Eneida de Virgilio, e a traducção tão propria, polida, sonora e numerosa, que corresponde em tudo á grandeza do sujeito. E que a publicação d'este livro pode ser de muito interesse å republica. Vem depois o privilegio do Rei, concedido em Guadalupe a 26 de Março de 1580, ao traductor por espaço de vinte annos, em attenção ao trabalho e despeza que havia feito com a traducção, e ser o dito livro proveitoso para os professores de historia e navegação. Segue-se a dedicatoria a D. Hernando da Vega. Vem depois uma epistola de Pedro Laynez aos leitores, Sonetos ao traductor pelo licenceado Garay, por um dos seus amigos, por Luys de Montalvo, pelo Mestre Vergara, por um dos seus amigos, e por ultimo pelo dito Pedro Laynez. Cada Canto é precedido de um argumento, e o livro termina: En Alcala. En casa de Juan Gracian, 1580.

O celebre Miguel Cervantes Saavedra faz menção da traducção e traductor n'estes versos na sua Galatea, livro vi, Canto de Caliope.

Tu que de luso el singular tesoro
Irigiste en nueva forma a la ribera

Del fertil rio, a quien el lecho de oro
Tan famoso le hace adonde quiera;
Con el devido aplauso, i el decoro
Devido a ti, Benito de Caldera,

I a tu ingenio sin par prometo honrarte,
I de lauro, y de yedra coronarte.

É muito possivel que o Camões ainda visse esta traducção que deveria sair por Abril de 1580.

Benito Caldera era portuguez, e não se sabe o anno do seu nascimento, e somente que era muito moço quando traduziu o Poema dos Lusiadas, como consta da Canção de Pedro da Vega em louvor do outro traductor do mesmo Poema, Luiz Gomes de Tapia, na qual, referindo-se a Benito Caldera, diz que era de edad tierna. Foi homem douto e poeta, e por fim tomou ordens no real convento de S. Filippe de Madrid dos Eremitas de Santo Agostinho; não se sabe tambem quando falleceu.

LUIS GOMES DE TAPIA

(1580)

LA LUSIADA DE EL FAMOSO POETA LUYS DÈ CAMÕES TRADUSIDA EN VERSO CASTELLANO DE PORTUGUES POR EL MAESTRO LUYS GOMES DE TAPIA VESINO DE SEVILLA. DERIGIDA AL ILLUSTRISSIMO SEÑOR ASCANIO CALONA ABBAD DE SANTA SOPHIA. CON PRIVILEGIO. EN SALAMANCA. EN CASA DE JEAN PERIER IMPRESSOR DE LIBROS, AÑO DE M.D.LXXX

[ocr errors]
[ocr errors]

Dedicatoria. Al Ill.mo Sir. Ascanio Colona Abbad de Santa Sophia.- N'esta dedicatoria referindo-se ao Poema, diz: «Pues veniendo a mis manos una tal obra en lengua portuguesa, de los claros hechos que los bellicosos portugueses en el descobrimiento de las Indias Orientales hisieron, escriptos en ta alta poesia que se llega a la Eneyda, vence la Thebayda, e es poco menos de la Iliada e Odyssea de Homero» etc. -El Maestro Francisco Sanchez Cathedratico de prima de Rhetorica en la Universidad de Salamanca al lector. — Expõe a reverencia em que sempre foram tidos e se devem ter os bons poetas; a difficuldade e a sciencia que é necessaria para obter este nome, d'onde vem que em um seculo apenas apparecem dois ou tres em cada nação, e ás vezes se passam seculos sem que appareçam. D'aqui nasce uma justa indignação entre os doutos, contra aquelles que não sendo tão doutos, os pretendem reprehender, e que julgam que por elles ignorarem uma cousa, erraram os poetas. Traz alguns exemplos de descuidos notados sem rasão a Virgilio: «Digo esto por la veneracion en que aviamos de tener a los poetas, siendo tales que verdaderamente merescă este nombre. Tal me parece a mi Luys de Camões Lusitano, cuyo subtil ingenio, doctrina intera, cognicion de lenguas e delicada vena, muestran claramente no

« AnteriorContinuar »