Poesias, Volume 2

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Página 205 - Ileuovae-lhe espectaculos gostosos, Exulte a curiosa Humanidade Sobre os campos de Lysia venturosos, Vestidos de serena amenidade: Fugi, fugi aos climas desditosos Onde, exposta á voraz ferocidade De monstros de impia garra, aguda preza, Estremece, desmaia a Natureza. E tu, que da loquaz Maledicencia Tens açaimado a bocca venenosa, Tu, que de racionaes, só na apparencia, Domaste a mente incredula, e teimosa: Das fadigas, que exige ardua sciencia, Em vivas perennaes o premio gosa, E admira em teu...
Página 303 - Não falles, apparece, e vae-te logo. Topámos ha tres dias o inimigo N'altura de Chaúl; travámos guerra. Sentiu do portuguez o esforço antigo; Fez-se uma preza, repartiu-se em terra Inda agora: o quinhão, que lá me deram, Este pintado cofrezinho encerra. Nas mãos um collar de ouro me pozeram Sobre aljofares mil: vi que, por bellos, Do tea collo, e t«us pulsos dignos eram.
Página 165 - Na luota de amargosos pensamentos, Cerras, misera, os olhos ; Mas não ha para ti, para os amantes Somno placido e mudo ; Não dorme a phantasia, amor não dorme: Ou gratas illusões, ou negros sonhos Assomando na idéa, espertão, rompem O silencio da morte. Ah ! que fausta visão de Ignez se apossa ! Que scena, que espectaculo assombroso A...
Página 132 - Inda as Musas suspiram ; . . . Aquelles mares, onde os Gamas viram Do rebelde, horrendissimo Gigante Os negros labios, o feroz semblante. Quer a sorte, propicia a meu desejo, Manda-me a honra, cujas aras beijo, ' . Que com fervido brio Contemple os muros da invencivel Diu, D'onde, oh Silveiras, Mascarenhas, Castros, Foi soar vossa fama além dos astros. Nos climas, onde mais do que na historia Vive dos Albuquerques a memoria, Nos climas onde a guerra...
Página 321 - Os ares, a montanha, o rie, o prado, E mais triste que tudo Elmano estava : O pescador Elmano, o .malfadado, Que em aziago instante a luz primeira Viu lá nas praias, onde morre o Sado.
Página 359 - Elfira, inda não vens? (com ancia digo) : Torro na quente cinza estas cigarras, De aréca tres porções depois mastigo, Fructo, que a corrupção prohibe, ou tira. Cede a meus versos, desdenhosa Elfira. « Qual, pungido da sede, em pouco espaço Voa o rapido cervo á fonte amena, Caminhes tu, meu bem, com leve passo A mitigar meu pranto, e minha pena : Mas céos ! Eu vejo Elfira ! . . Elfira abraço ! . Eis, eis dos olhos seus a luz serena ! . . Ah ! Menos conseguiste, Orphéo, co'a lyra.
Página 147 - Abafa a minha voz, dize que mente. Eu deixar-te (ai de mim) primeiro a terra Mostre as fundas entranhas Por larga boca horrível, que me trague : Primeiro o mar, eo céu me façam guerra, Despenhem-se primeiro estas montanhas, E a meu corpo infeliz seu peso esmague, Primeiro se confunda a natureza. Que eu cesse de adorar tua beleza.
Página 99 - Filinto, o gran cantor, prezou meus versos. Sobre a margem feliz do rio ovante, D'onde, arrancando omnipotencia aos Fados, Universal terror vibrando em raios, Impoz tropel d'heróes silencio ao globo, O immortal coryphêo dos cysnes lusos Na voz da lyra eterna alçou meu nome.
Página 317 - Arselina se entrega ao rude Algano, Em campos, em manadas opulento; De amor se esquece, esquece-se de Elmano, Elmano lhe voou do pensamento. Cruel certeza! Amargo desengano! E inda não me abafaes o ancioso alento!
Página 259 - Marcado foste pela mão do Eterno Para estragar nos corações corruptos O dom da humanidade, amavel, terno. Que fataes producções, que azedos fructos Dás aos campos da Gallia abominados, Nunca de sangue, ou lagrimas...

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