Um dos pequenos mostrou-me o ogre horrendo. Arrastava-se com uma voz pastosa e, quando me viu, tremula curvou-se. Pelo amor de Deus! uma esmola para os desgraçadinhos! Os desgraçadinhos, na tarde chuvosa, pareciam transidos. O vento fustigava-lhes as carnes semi-nuas e elles, agarrados uns aos outros, na fraternidade do sofrimento, sem pai, sem mãi, sem amparo, erguiam os olhos para o céo numa angustiosa suplica. Crimes de amor Ao entrar no seu gabinete, severamente mobiliado de canella escura, o capitão Meira Lima, disse: Meu caro amigo, tem você ampla liberdade. Póde ver, interrogar, examinar. Ha agora na Detenção quatrocentos e cincoenta e quatro detentos, dos quaes trezentos e noventa e cinco homens e cincoenta e nove mulheres. Antigamente, era maior o numero. Nós conseguimos que se não mantivessem aqui presos á disposição dos delegados sem processo. Mas, ainda assim, o exercito do crime está bem representado. Ha gatunos, desordeiros, incendiarios, defloradores, mulheres perdidas, victimas da sorte, criminosos por amor toda uma flora estranha e curiosa. Estude você os crimes de amor. Lembra-se de um dramalhão |