Portugal contemporâneo, Volume 2

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Parceria A.M. Pereira, 1919
 

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Página 128 - Aqui está o cão que mordeu no gato, que matou o rato, que roeu a corda, etc, etc. : vai sempre assim seguindo. .. Mas o frade não nos comprehendeu a nós, por isso morreu, e nós não comprehendemos o frade, por isso fizemos os barões de que havemos de morrer.
Página 133 - ... como a historia dos terrores e das esperanças, dos preconceitos e dos sentimentos das ultimas classes da sociedade, ou, por outro modo, como a historia intellectual do povo. A leitura de Homero, a cujas obras Burger era familiar e de que mesmo traduziu alguns trechos, o convenceu de que a poesia deve ter, além do bello de todos os tempos, de todos os paizes, um caracter de nacionalidade sem o qual nenhum povo se pode gabar de ter uma litteratura propria;» * em nota accrescenta: «teremos occasião...
Página 128 - ... velocidade, outras a impece com demazia e abuso: mas emfim é uma necessidade. Ora eu, que sou ministerial do Progresso, antes queria a opposição dos frades que a dos barões. O caso estava em a saber conter e aproveitar. O Progresso ea liberdade perdeu, não ganhou. Quando me lembra tudo isto, quando vejo os conventos em ruinas, os egressos a pedir esmola e os barões de berlinda, tenho saudade dos frades—não dos frades que foram, mas dos frades que podiam ser.
Página 125 - Nesse dia de atroz carnificina, • Negros uns vultos vaguear se viam ; A cruz do Salvador na esquerda erguida, Na dextra o ferro, preces blasphemando,
Página 136 - A sociedade é materialista; ea literatura, que é a expressão da sociedade, é toda excessivamente e absurdamente e despropositadamente espiritualista! Sancho rei de facto, Quixote rei de direito. Pois é assim; e explica-se. É a literatura que é uma hipócrita...
Página 299 - Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. — No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que há mais umas poucas de dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos...
Página 122 - Martins— um segundo romantismo, individualista, sem enjeitar a tradição e até popular, sem deixar de ser brandamente aristocrata.
Página 312 - O livre-câmbio, proclamado como a melhor receita para criar a riqueza, era para Herculano sobretudo a melhor forma de a distribuir. Queria que as leis pulverizassem o solo, no qual não reconhecia outro valor senão o que o trabalho consolidara nele; e esperava que a concorrência, desembaraçada de todas as peias, criasse uma sociedade proudhoniana, em que todos fossem capitalistas e proprietários.
Página 302 - ... contra os casos arbitrários de uma justiça, de uma política, muitas vezes cruel. O mesmo que já reclamara uma esmola para as pobres freiras de Lorvão, era o que salvava do degredo um condemnado da Azoia, victima de um erro judiciário, sem poder evitar que a cadeia o matasse com as doenças alli ganhas.
Página 318 - E' essa a religião do estoico; eo deus da Harpa do Crente é um ser eminentemente livre que por um acto de vontade absoluta creou tudo o que existe : o deus do estoico é a divinisaçào da personalidade.

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