Obras poeticas de Bocage ...: Canções, elegias, idylios, cantatas, epistolas e satyras

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Imprensa portugueza-editora, 1875
 

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Passagens mais conhecidas

Página 318 - Toldam-se os ares, Murcham-se as flores ; Morrei, amores, Que Ignez morreu. Misero esposo, Desata o pranto, Que o teu encanto Já não é teu. Sua alma pura Nos céus se encerra ; Triste da terra, Porque a perdeu. Contra a cruenta Raiva ferina Face divina Não lhe valeu. Tem roto o seio, Thesouro occulto Barbaro insulto Se lhe atreveu.
Página 254 - Sei pôr á capa, sei mandar á via, Como qualquer piloto, e dar o rumo : Sei como hei de correr com travessia, E pela balestilha, ou pelo outante Achar a latitude ao meio-dia : Sei qual estrella é...
Página 315 - Na lucta de amargosos pensamentos Cerras, misera, os olhos ; Mas não ha para ti, para os amantes Somno placido, e mudo : Não dorme a phantasia, Amor não dorme : Ou gratas illusões, ou negros sonhos Assomando na idéa espertam, rompem O silencio da morte.
Página 317 - Subito voam dous do coro alado; Este, raivoso, a demandar vingança No tribunal de Jove, Aquelle a conduzir o infausto annuncio Ao descuidado amante. Nas cem tubas da Fama o gran...
Página 453 - Nos labios lhe pousava entre os Amores, (Amores, que inspirava, e não sentia) Tinha de neve as mãos, de neve as plantas, E o seio tentador mais bello ainda Que o da Cypria deidade, e não tocado.
Página 259 - O Pescador Elmano, o malfadado, Que em aziago instante a Luz primeira Viu lá nas praias, onde morre o Sado. Tu, pernicioso Amor, fatal Cegueira, Reinavas no infeliz, que em vão carpia Do claro Mandovi sobre a ribeira (1).
Página 125 - Quem não sente o poder da formosura ; Porém minha alma, nos teus olhos presa, Inda chega a temer, que esta constancia Prova não seja de exemplar ternura ; E saibam, se com isto um crime faço, Que o crime adoro, que a vileza abraço. Sobre as azas dos ventos Canção chorosa, c rouca, Vae narrar pelo mundo os meus tormentos: D'almas estoicas a dureza louca Rirá dos teus lamentos ; Mas nos servos d' A mor terás abrigo : Quando te ouvirem, chorarão comtigo.
Página 447 - Elmiros de Paris, Cotins, são vivos No metro de Boileau, mordaz, mas pulchro; Codros, Crispinos, Cluvienos soam No latido feroz do cão de Aquino, D'esse, cuja moral, mordendo, imitas, E cuja phantasia em vão rastejas.
Página 18 - Das vagas quase absorto. Depois de longamente haver corrido A estrada desigual com céus adversos, Em lugar de colhê-lo, o pano aumenta, Desafia o naufrágio: Imaginária terra se lhe antolha, De mil, e mil venturas semeada: Anelas por surgir no porto amigo, Cobiçosa Esperança: Para cevar o horror mais campo havendo, A torva tempestade então mais zune, Em raios, em tufões todo o ar converte, Todo o pélago em serras: O...
Página 255 - N'altura de Chaúl; travámos guerra. Sentiu do portuguez o esforço antigo; Fez-se uma preza, repartiu-se em terra Inda agora: o quinhão, que lá me deram, Este pintado cofrezinho encerra. Nas mãos...

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