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querendo pôr em arrecadação as fazendas do Navio Francez que deo á costa no Continente desse Estabelecimento, etc." (Carta datada de Rio, 22 de Setembro de 1744. De Gomes Freire para Diogo Osorio, comandante do Presídio do Rio Grande. Arq. Nac. Col. 80-Vol. X-Fls. 74 v.

Assim, Continente seria a região que não fazia parte do Presídio, significando "pegado, junto, contiguo". Terra continente com o Presídio, segundo o linguajar do tempo. A costa, a que se refere Gomes Freire, era a de Tramandaí, pertencente à jurisdição da Laguna, isto é, da Capitania de S. Paulo, ao passo que o Presídio do Rio Grande estava subordinado à capitania do Rio de Janeiro.

Vulgarizou-se a denominação. Em 1772, a Câmara de Viamão, em representação ao Vice-Rei, faz referências "ás fazendas deste Continente." E o proprio Vice-Rei, Marquez de Lavradio, oficializando o termo, em carta de 30-VI-773 ao governador de Santa Catarina, fala em “dar licença aos cazaes que quizerem hir estabelecerem-se no Continente do Rio Grande." O Compendio noticioso do Coronel Francisco João Roscio, que é um dos estudos mais interessantes sobre geografia do Rio Grande do Sul, e ainda inédito da Bibl. Nac., escrito em 1774, assim começa: "He o Continente do Rio Grande de S. Pedro, etc."

Ainda o Brigadeiro Roscio, profundo conhecedor do Rio Grande é que explica a que parte da Capitanía se dava a designação de Continente, em ofício ao Vice-Rei, de 18-VIII-1797: "As outras duas terças partes do terreno, ou campanha, abaixo da serra, conhecidas vulgarmente com o nome de Continente do Rio Grande, etc. (Arq. Nac. Col. 104. Vol. 13 Fls. 140.)

Em 35 era comum essa designação: O próprio hino riograndense a consagra:

Nos angulos do Continente", etc.

Pag. 171 — LUIZ JOSE' RIBEIRO BARRETO —– Foi notavel figura nos fastos da República Riograndense, de que chegou a ser ministro da Fazenda. Nasceu Ribeiro Barreto em S. Antônio da Patrulha em 25-VIII- 808, sendo filho de Manuel José Ribeiro e Cândida Clementina de Oliveira, naturais daquela vila. Com 18 anos de idade, foi para o Triunfo, tornando-se, alí, pelos seus méritos e virtudes, homem de invejavel prestígio. Casou-se com a

viuva de um boticario de que tinha sido empregado, Rosa Fernandes, de que não teve descendência. Exercia a profissão de farmaceutico e, mais tarde, como médico, fez larga clínica. Dedicou-se tambem à advocacia. Foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Triunfo e promotor da G. N, tendo ocupado, ainda, outros cargos de representação política, sendo em 839 eleito deputado à Assemblea Constituinte e Legislativa Riograndense. Foi um dos primeiros que propoz, em 1844, reconciliação honrosa com Imperio mas, a- pesar-de ter sido apoiado, nesse intento, por Bento Gonçalves, não conseguiu fosse o mesmo aprovado. Faleceu em 23-VI-888, no Triunfo, cercado da admiração e do respeito de seus concidadãos. Da sua formidavel atuação nos negócios da República dirão estes documentos, cuja publicação se inicía. (V. Marino Josetti de Almeida-Município de Triunfo. Rev. Inst. Hist. R. G. S. III e IV 1931, 260).

Pag. 171 --- MANUEL CARNEIRO DUARTE -Nasceu no Triunfo, em 27-X-799. sendo filho de José Duarte do Amaral e de sua mulher Dorotéa Maria Sofia da Fontoura. Era neto paterno do casal de ilheus Manuel Duarte de Amaral e Rosa Maria, povoadores do Porto dos Casais e neto materno do tenente de dragões Antônio Adolfo Charão e de Joana Veloso da Fontoura, filha de João Carneiro da Fontoura, tronco da família no Rio Grande do Sul. O tenente Antônio Adolfo Charão, de quem descendem todos os dêste nome, no Rio Grande do Sul, era natural do Rio de Janeiro, onde nascera em 1721, falecendo no Triunfo, de que era comandante, em 1781. Era Antônio Adolfo filho de João Adolf Schran. natural de Brunswich, reino da Alemanha, de onde se transportou para o Rio de Janeiro, aí casando, na freguesia da Candelária, com Cecília de Souza, natural desta cidade. Além de Antônio, que foi para o Rio Grande, como praça de dragões, teve o casal mais os filhos que encontrámos no L.o 3.o de Bat. da Candelaria: Dorotea, n. 730, Catarina n. 731, Ana n. 735. Adulterando-se o nome no Rio Grande, pela semelhança de pronúncia passou a ser primeiro Charam e mais tarde Charão, de que usam seus descendentes, que tantos valentes soldados deu ao país. Manuel Carneiro Duarte casou-se, em Porto Alegre, com Ermelinda da Rocha, sendo pais de Ernesto Carneiro da Fontoura, nascido em P. Alegre em 1838.

Pag. 171 — BENTO JOSE' DE FARIAS, que foi muitos anos tabelião de Porto Alegre, era natural dessa cidade e filho de Bento José de Vilasboas, natural de Portugal, e de sua mulher Ludovina

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Maria Bernarda, de Porto Alegre. Casou-se com Margarida Angélica de Oliveira, natural do Triunfo e filha de André Pereira de Souza, português e de Angélica Maria de Oliveira, do Rio de Janeiro. Deixou descendêntes no Rio Grande do Sul.

Pag. 173 FORTE D. PEDRO II - Era um forte construido pelos revolucionários, nas proximidades do Riacho, em Porto Alegre, e a que os legalistas, depois da restauração da capital, deram essa designação.

Pag. 173 LUIZ SOARES COIMBRA

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Era tenente reformado de 1.a Linha, e filho do tenente coronel Manuel Soares Coimbra, natural do Rio de Janeiro e de Aniceta Zuzarte, natural de S. Catarina. Neto paterno de Manuel Soares Coimbra, natural de Coimbra, Port. e de Barbara Correa de Sá, natural do Rio de Janeiro, e neto materno de Antônio Jôrge Zuzarte, natural de Lamego, e de sua mulher Rita Maria, natural da Colônia do Sacramento.

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Pag. 174 - VICENTE FERREIRA LEITÃO Parente muito próximo de Bento Gonçalves e cunhado do tenente José Gomes de Vasconcelos Jardim, Vicente Ferreira Leitão era filho de Antônio Ferreira Leitão, natural da vila de Peniche, Port., filho de outro de igual nome e sua mulher Maria Correa Quaresma; e de Maria Meireles de Menezes, natural de Viamão, e filha de Manuel Gonçalves Meireles e sua mulher Antônia da Costa Barbosa, avós tambem de Bento Gonçalves. (V. nota). Teve Vicente seguintes irmãos: Padre Antônio Ferreira Leitão, que foi vigário colado da freguesia de S. Amaro; Padre Francisco Ferreira Leitão, que foi procurador das obras da Santa Casa, de Porto Alegre; Izabel Leonor, casada com o tenente José Gomes de Vasconcelos Jardim, seu primo, vice-presidente da República Riograndense; e Maria Ferreira, que faleceu solteira. Nasceu Vicente em Triunfo em 26-V-763 e foi casado com Ana Francisca Borges da Silveira, filha do capitão-mór José Francisco da Silveira Casado e Bibiana Josefa Bitencourt do Canto, avós do coronel Onofre Pires.

Pag. 175 DUARTE MARTINS COELHO deve ser irmão do depois general David Canabarro, como se dirá em nota posterior. Deve proceder da mesma origem o dr. José Antônio Martins Coelho, que foi deputado á Constituinte republicana e um dos vultos que se salientaram na pacificação do Rio Grande.

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