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Pag. 27 GENERAL JOÃO ANTONIO DA SILVEIRA Empolgante a figura dèsse velho paladino da República, que o 20 de Setembro vem já encontrar coberto de glorias militares, de árduas campanhas em defesa do Brasil, e já com 55 annos de idade. E' o genuino representante de uma das grandes, senão da maior corrente étnica do povoamento do Rio Grande Sul, que nos vem de 1750 a 1800, diretamente dos Açores, produzindo, em seu novo habitat magnificos especimens que não desmentem as tradições inegualaveis das origens luso-flamengas. Entre os casais que nos vieram nos primeiros anos de 750, conta-se o de José Antonio da Silveira, natural do Fayal, casado com Maria Inacia da Silveira, natural de S. Jorge, Açores. Estabeleceu-se na vila do Rio Grande, onde nascem os primeiros filhos de 756, em diante. Com a invasão dos espanhóes, retira-se o casal, como parte da população do Rio Grande para o Estreito, onde se localiza, emquanto grande parte de povoadores fogem para o Porto dos Casais (Porto Alegre), Laguna e outros pontos do litoral riograndense. Teve José Antonio da Silveira nove filhos, durante 26 anos. O general João Antonio é o penultimo, pois nasceu em 8-IX-780, no Estreito. Quatro filhos eram do Rio Grande: Manuel, Reduzino, Joaquina e Mauricia, e do Estreito, cinco: José Antonio da Silveira, nascido em 765, Manuel Gonçalves da Silveira, em 770, Senhorinha, em 776, general João Antonio, e Ursula, a ultima filha, em 782. Depois de uma vida de constante batalhar, tendo alcançado todos os postos por atos de bravura, nas campanhas cisplatinas, era João Antonio tenente coronel reformado quando, em 1835, irrompe o movimento revolucionario. Foi dos da primeira hora, subindo, ainda pelo prestigio do seu conselho e da sua espada, até o posto de general da República. Não é nosso intuito retraçar-lhe a biografia e sim reunir elementos inéditos para que melhor possa apreciá-lo o historiador futuro. João Antonio casou-se, no Estreito, com Maria Inacia da Cunha, filha de Inacio Antonio da Cunha e Maria Francisca da Conceição e Cunha, natural da Laguna e filha de André Francisco da Terra, casal do Rio Grande, que fugira dos espanhóes para aquela vila, e de sua mulher Josefa Maria da Conceição, naturais do Fayal. João Antonio era cunhado, por parte de sua mulher, da poetisa Delfina Benigna da Cunha, céga

desde menos de dois anos pela varíola, e que assim descreve o horror das trevas em que a desdita a envolvera:

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O general João Antonio deixou treze filhos,, que foram: Francisco, Senhorinha, Bibiano, Maria, Joaquina, Cezar, José, João, Pedro, Ana e Belisario. Maria Inacia já era falecida em 1845, e João Antonio faleceu em S. Gabriel em 28 III — 872.

Pag. 30 AJUDANTE ALEXANDRE FERREIRA RAMOSNasceu na vila do Rio Grande, em 1802, sendo filho do alferes Vicente Ferreira Ramos, natural do Rio Grande e sua mulher Maria Antonia de Barros, natural da Colonia do Sacramento, neto paterno de Inacio Ferreira Ramos, natural da capitania do Espirito Santo, e Domingas de S. Mateus, natural do Pico, Açores, e neto materno do capitão José de Barros Coelho e sua mulher Matilde Lopes Corrêa de Barros (N. pag. 306). O alferes Alexandre Ferreira Ramos que, como revolucionario, fôra remetido para o Rio de Janeiro, sentou praça em 25-II-821, como cadete, e foi promovido a alferes em 1-XII-824. Pertencia ao extinto batalhão de infantaria e artilharia do Rio Grande do Sul, e servia no 8.o de Caçadores quando rebentou a revolução.

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Constam da

Pag. 30 O EXÉRCITO E A REVOLUÇÃO "Lista dos Prezos" alguns oficiais do Exército, que estavem envolvidos na Revolução. Segundo uma “Relação de todos os Officiaes de 1.a e 2.a Linha, que recebem soldo, bem como dos reformados pertencentes á Provincia de S. Pedro, existente no Arq. Hist. do R. G. S., e extraida dos livros da Pagadoria em 10 de Fevereiro de 1837 pelo major Antônio Felix Lobo, secretário do Comando das Armas, era de 30 o numero dêsses oficiais. Não estão incluidos na lista os oficiais da Guada Nacional e de milícias em número muito superior. Com a adesão de Bento Manuel á Revolução muitos dos oficiais constantes da "Lista", o acompanham, integrando-se aos ideiais farroupilhas. Por ser subsidio de alto valor histórico, aqui transcrevemos a "Relação", assinalando com tipo diferente os nomes dos revolucionarios, reservando-nos para dar notícias genealógicas e biográficas á proporção que êsses nomes forem aparecendo nos documentos que vamos publicando:

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Coronel graduado - Bernabé Saens-Acha-se no commando da cidade do R. Grande.

Coronel graduado

Joaquim Silverio de Souza Prates

Nomeado Comandante do logar acima.

AVULSOS

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Tenente Coronel Jacinto Pinto de Araujo Correa Está no commando do 2.o Batalhão Provisorio.

Tenente Coronel José dos Santos Viegas

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