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APOTHEGMAS

APOTHEGMAS

Estanc. Vers.

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CANTO I

8 Que he fraqueza entre ovelhas ser leão.
Que da tenção damnada nasce o medo.
Que o coração presago nunca mente.
Por isto, e porque sabe quanto erra
Quem se crê de seu perfido adversario.
6 Oh caminho da vida nunca certo!
Que aonde a gente põe sua esperança,
Tenha a vida tão pouca segurança.

CANTO II

30 5 Quem poderá do mal apparelhado Livrar-se sem perigo sabiamente,

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Se lá de cima a guarda soberana

Não accudir á fraca força humana?

3 Que o nome illustre a hum certo amor obriga, E faz a quem o tem amado e caro.

CANTO III

138 8 Que hum fraco Rei faz fraca a forte gente.

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CANTO IV

8 Que sempre houve entre muitos differenças. 8 Se he certo, que co'o Rei se muda o povo.

3 Que nos perigos grandes o temor

He maior muitas vezes que o perigo.

5 Faz as pessoas altas e famosas

A vida que se perde e que periga. 3 Que a virtude louvada vive e crece, E o louvor altos casos persuade.

Estanc. Vers.

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CANTO V

E como contra o ceo não valem mãos,
Assi no ceo sereno se dispensa.
Com esta condição pesada e dura
Nacemos. O pezar terá firmeza;
Mas o bem logo muda a natureza.
Quão facil he ao corpo a sepultura!
Quão doce he o louvor e a justa gloria
Dos proprios feitos, quando são soados!
Qualquer nobre trabalha, que em memoria
Vença, ou iguale os grandes já passados.
As invejas da illustre e alheia historia
Fazem mil vezes feitos sublimados.
Quem valerosas obras exercita,

Louvor alheio muito o esperta e incita.
97 8 Porque quem não sabe a arte, não na estima.

CANTO VI

15 3 Porque tambem co'os grandes e possantes Mostra a fortuna injusta seus poderes.

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3 Que brandura he de Amor mais certo arreio,
E não convem furor a firme amante.

CANTO VII

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Que tanto, ó Christo, exaltas a humildade!
Nascem da tyrannia inimicicias,

Que o povo forte tem, de si inimigo.

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3 Ditosa condição, ditosa gente,

Que não são de ciumes offendidos!

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Que contra o ceo não val da gente manha.

CANTO VIII

7 3 Que o grande aperto em gente, indaque honrosa, Ás vezes leis magnanimas quebranta.

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5 E quando hum bom em tudo he justo e santo, Em negocios do mundo pouco acerta.

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Que toda a terra he patria para o forte.

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Que, por se sustentar em toda idade,

Tudo faz a vital necessidade.

1 Mas porque nenhum grande bem se alcança Sem grandes oppressões, e em todo o feito Segue o temor os passos da esperança, Que em suor vive sempre de seu peito. 69 3 O coração sublime, o regio peito

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Nenhum caso possibil tem por grande.
Que facil he a verdade de entender-se!
Lhe diz: porque do certo e fido amigo
He não temer do seu nenhum perigo.
7 Crer tudo em fim; que nunca louvarei
O Capitão que diga: Não cuidei.

5 Se mais que obrigação, que mando e rogo
No peito vil o premio póde e val.

CANTO IX

93 5 Porque essas honras vãas, esse ouro puro Verdadeiro valor não dão á gente:

Melhor he merecel-os sem os ter,
Que possuil-os sem os merecer.

CANTO X

40 5 Alli verão as settas estridentes
Reciprocar-se, a ponta no ar virando
Contra quem as tirou; que Deos peleja
Por quem estende a fé da madre Igreja.
42 5 Depois, obedecendo ao duro ensejo,
A deixa, e occasião espera boa

Com que a torne a tomar; que esforço e arte
Vencerão a fortuna e o proprio Marte.

58 5 Quem faz injuria vil, e sem razão
Com forças e poder, em que está posto,
Não vence; que a victoria verdadeira
He saber ter justiça nua e inteira.

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