Camões: drama histórico em 5 actos

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Imprensa portugueza, editora, 1880 - 180 páginas
 

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Página 127 - Alma minha gentil, que te partiste Tão cedo desta vida, descontente, Repousa lá no Céu eternamente E viva eu cá na terra sempre triste.
Página 171 - No mais, Musa, no mais, que a lyra tenho Destemperada, ea voz enrouquecida; E não do canto, mas de ver que venho Cantar a gente surda e endurecida. O favor com que mais se accende o engenho , Não no dá a patria, não, que está mettida No gosto da cubica e na rudeza D'lmma austera, apagada e vil tristeza.
Página 171 - Ha pouco que passar até o outono; A fortuna me faz o engenho frio, Do qual já não me jacto. nem me abono: Os desgostos me vão levando ao rio Do negro esquecimento e eterno sono: Mas tu me dá, que cumpra, ó grão Rainha Das Musas, co'o que quero, á nação minha!
Página 45 - Dai-me agora hum som alto, e sublimado, Hum estylo grandiloquo, e corrente ; Porque de vossas aguas Phebo ordene, Que não tenham inveja ás de Hippocrene. v. Dai-me huma furia grande, e sonorosa, E não de agreste avena, ou frauta ruda ; Mas de tuba canora, e bellicosa, Que o peito...
Página 127 - Ceo eternamente, E viva eu cá na terra sempre triste. Se lá no assento Ethereo, onde subiste, Memoria desta vida se consente, Não te esqueças de aquelle amor ardente Que já nos olhos meus tão puro viste.
Página 126 - Dama Fermosissima e rara Catherina: Que no mundo terá gloriosa fama, De cuja vista a terra foi indina. Aqui chorou o Amor, e d'aqui chama, Que n'esta pedra toda de honra dina, Cantem immortaes versos e louvores A formosura, as Graças e os Amores.
Página 38 - Se são por vós, são perdidas; Que qual será a oração, Que seja satisfação, Senhora, de tantas Vidas? Que se vedes quantos vem A só vida vos pedir, Como vos ha Deos de ouvir, Se vós não ouvis ninguem?
Página 101 - Esta he a ditosa patria minha amada, A' qual se o Ceo me dá, que eu sem perigo Torne com esta empreza já acabada; Acabe-se esta luz alli comigo.
Página 98 - Olhai que ha tanto tempo, que cantando , O vosso Tejo, e os vossos Lusitanos, A fortuna me traz peregrinando, Novos trabalhos vendo, e novos danos: Agora o mar, agora experimentando Os perigos mavorcios inhumanos; Qual Canace, que á morte se condena, N'uma mão sempre a espada, e n'outra a pena.
Página 97 - A troco dos descansos que esperava, Das capelas de louro que me honrassem, Trabalhos nunca usados me inventaram. Com que em tão duro estado me deitaram!

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