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(4) Beatus cujus Deus Jacob adjutor ejus: spes ejus in Domino Deo ipsius, qui fecit cœlum et terram, mare, et omnia quæ in eis sunt.

Feliz esse que só em Deos descança;
Que sómente confia

No Sêr que essencialmente tudo rege:
Que fez surdir do nada

Os magestosos Ceos, o mar, a terra,
E quanto o seu podêr nelles encerra.

(5) Qui custodit veritatem in Deos, que immutavel é, e da verdade
sæculum, facit judicium injuriam
patientibus: dat escam esurienti-

bus.

O thesouro preserva;

Que aos opprimidos livra, ampara os pobres,
Alimenta os famintos:

(6) Dominus solvit compeditos, As algemas subtrahe com mão divina,
E dos cegos os olhos illumina:

Dominus illuminat cæcos.

(7) Dominus erigit elisos, Do- Deos, que levanta aquelles infelizes minus diligit justos.

Que prostrados cairam,

E as dissipadas forças lhes restaura;
Que se alegra entre os justos

Que da lei sancta o codigo guardaram,
E com sancto fervor a executaram.

(8) Dominus custodit advenas, É o Senhor quem guarda o peregrino,

pupillum et viduam suscipiet, et viam peccatorum disperdet.

(9) Regnabit Dominus in saculum, Deus tuus, Sion, in generationem et generationem.

Quem lhe depara abrigo:

Com quanto amor as lagrimas enxuga
Á viuva saudosa!

Com paternal piedade presta asylo
No desamparo ao misero pupillo.

Severo aterra os impios: Sião sancta,
Exulta, não receies;

Da immutavel justiça o aureo sceptro
Reina perpetuamente:

Embora vão os seculos passando;

Do meu Deos a justiça irá durando.

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(6) Suscipiens mansuetos Dominus: humilians autem peccatores usque ad terram.

Brando, aos mansos afagas, carinhoso:
Terrivel e severo,

Fazes morder a terra aos depravados;
A altivez do suberbo em lodo envolves;
Solitario, indefezo,

Acaba em fim nas garras do desprezo.

(7) Præcinite Domino in con- Essa imagem funesta afugentando, fessione: psallile Deo nostro in

cithara.

O nosso Deos cantemos:

Gratissimos, rendidos, fervorosos,

Afinemos a cithara suave:

Do coração, ardendo,

Os hymnos magestosos vão nascendo.

(8) Qui operit cœlum nubibus, O Ceo de nuvens o Senhor reveste; et parat terræ pluviam.

E da terra assumindo

Os vapores aos ares os condensa:
Em prolifica chuva

Á terra sequiosa os vai mandando,

E a favor nosso a vai fertilisando.

(9) Qui producit in montibus fa- Desenvolvem-se os germes que escondidos

num, et herbam servituti homi

num.

(10) Qui dat jumentis escam ipsorum, et pullis corvorum invocantibus eum.

Na terra dormitavam ;

Beneficas as plantas o homem nutrem;
Pelos montes os pingues pastos crescem:
Todo o animal sustenta;

Té despreziveis corvos alimenta.

(11) Non in fortitudine equi vo- D'ouro e diamantes todo ajaezado,

luntatem habebit: nec in tibiis viri

beneplacitum erit ei.

O ginete suberbo ;

O moço ingente, esbelto, destro em danças,
Não merecem os premios de que o justo
Humilhado depende:

Deos com quem necessita é que dispende.

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(4) Qui emittit eloquium suum terræ: velociter currit sermo ejus.

Na seara as espigas douradas
Alimento abundante promettem;

Mil canções entoadas

Na colheita os campinos repetem.

Como correm ligeiros os ventos,
A lei sancta entre nós se diffunde;
E lá do egregio assento

A verdade a mentira confunde.

Triumphante na terra appar'cendo,
A existencia dos homens renova;

Vai sempre o bem crescendo,

Cessa o mal que a Justiça reprova.

(5) Qui dat nivem sicut lanam; Que podêr! e que facil trabalho

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(•) Crystallus é o gelo, como no Ecclesiast. c. 43. gelavit crystallus ab aqua. Oz antigos Psalterios dão aqui sicut frusta panis, em vez de sicut buccellas, que é o mesmo.

(Mattei.)

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