Cancioneiro alegre de poetas portuguezes e brazileiros commentado ...

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Camilo Castelo Branco
E. Chardron, 1887
 

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Página 3 - Laissons-nous aller de bonne foi aux choses qui nous prennent par les entrailles, et ne cherchons point de raisonnements pour nous empêcher d'avoir du plaisir.
Página 148 - A comprimir as ilhargas Agora vão todos rir. Entre todos os paquetes Que o velho mundo nos manda, Eu sustento sem demanda: Tamar foi o mais feliz ; Os outros trazem cebolas, Vinho em pipas, trapalhadas, Este trouxe gargalhadas, Sem ser fazenda em barris. Venha a...
Página 182 - Deixando n'alma o sabor. Nunca te pedi um beijo ; Pedido, que gosto tem ? Do amor o que não é dado, É frio ; não sabe bem. O coração leve aos olhos A expressão do desejo ; Os labios aos labios levem Toda a delicia do beijo. É n'essa muda linguagem De intelligencia amorosa, Que de amor vive escondida A parte mais saborosa.
Página 212 - Em poesia, um sabiá não substitue a syntaxe, e as flores do ingá que rescendem no jequitibá não disfarçam a corcova d'um solecismo. Justificando a gente de juizo são que ri dos poetas, Fagundes não reputa individuos escorreitos os fabricantes de rimas, e applaude os que lhes cospem sarcasmos.
Página 49 - Elle ao posto o conduz, cobre-o de ramos, Ordena-lhe que zurre, ea seus reclamos Crê, que inda os mesmos brutos, que dão provas De atroz braveza, fugirão das covas. Não era aquella trompa ainda usada Ao fragor de azinina trovoada : No ar o espantoso orneio emfim resoa, Vaga o terror, e as grutas despovoa: Tremendo, a turba agreste alonga o passo, Foge tudo, e fugindo, eis cabe no laço, Onde os espera a garra penetrante. «Então, que tal, que tal? Não sou chibante?
Página 49 - Para surtir effeito o seu projecto, Chama o burro, animal de voz não fina, E o burro vai servir-lhe de buzina. Elle ao posto o conduz, cobre-o de ramos, Ordena-lhe que zurre, ea seus reclamos Crê, que inda os mesmos brutos, que dão provas De atroz braveza, fugirão das covas. Não era aquella...
Página 50 - Onde os espera a garra penetrante. «Então, que tal, que tal ? Não sou chibante ?» (Diz o burro ao leão, co'a fronte alçada, Arrogando-se a gloria da caçada). «Troas (volta o leão), troas deveras, E se não conhecesse quem tu eras, Eu mesmo com teus zurros me assombrava!
Página 49 - Fez annos o leão, quiz ir á caça, E a d'elle não costuma ser escassa; Não consiste em pardaes, em bagatellas. Mas em bons javalis, e em corças bellas. O rei dos bosques próvido e discreto. Para surtir effeito o seu projecto, Chama o burro, animal de voz não fina, 'E o burro vai servir-lhe de buzina.
Página 211 - Qual é o estadista, o homem de negocios que não se sentiu alguma vez na vida poeta, que aos ouvidos de uma pallida Magdalena ou Julieta, esquecendo-se dos algarismos e da estatistica, não se lembrou que haviam brizas e passarinhos, illusões e devaneios?
Página 148 - Há-os aqui com fartura, E salte a caricatura Nos traços do teu pincel : Ou quer na prosa ou no verso Dá-lhes bem severo ensino, Resuscita o Tolentino, Embelleza o teu laurel. Pinta este Rio n'um quadro : As letras falsas d'um lado, As discussões do senado, As quebras, os trambolhões : Mascates roubando moças, E lá no fundo da tela Desenha a febre amarella, Vida e morte aos cachações. Oh ! canta ! o povo te...

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