O não me deixes

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José Olympio, 2 de set. de 2010 - 120 páginas
Produto da memória e da curiosidade de uma aplicada comandante de cozinha e escritora de talento notório, este breve tratado sobre a mesa do sertão nordestino, de leitura digestiva, como convém ao tema, resgata - em texto singelo, mas de bíblica solenidade, tão despido de adjetivos que é - um ermo ignoto do caráter nacional. Tudo nele é, ao mesmo tempo, duro e exato, comezinho e encantado: da revelação (insignificante apenas na aparência) de que a serviçal mulata Nise não suportava negros nem pobres à descrção dos reflexos de aço da água espalhada nos pratos e doendo nos olhos. Nas entrelinhas da slembranças e das receitas da grande romancista se entranha uma lição de vida fundamental: o mistério do encanto da esqualidez é a denúncia do excesso de supérfluo que muito vivente arrasta sem precisão. (Orelha por José Nêumanne)

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