Narração e panacéia: o poder do mito : uma análise da obra de Paulo Coelho

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Esta pesquisa teórico-analítica, de cunho antropo-literário, pretende compreender a amplitude de leitura da obra de Paulo Coelho, escritor de literatura de massa, de acordo com a crítica oficial. De fato, um contingente significativo de leitores justificaria esse enquadramento. No entanto, a receptividade do autor explica-se menos por isso e mais pelo fato de situar-se ele na vertente da literatura, sedimentada por um imaginário simbólico transcultural. Além disso, a leitura das cartas dos leitores revela que o momento de leitura torna-se exemplar para a emergência da subjetividade do leitor. Trata-se de depoimentos significativos sobre os efeitos que as narrativas de Paulo Coelho provocam no cotidiano do leitor. Em função disso, reavalia-se o rótulo literatura de massa e opta-se pela designação de literatura do senso comum. Baseando-se sempre nas cartas dos leitores, esta pesquisa demonstra que é pela imaginação, como faculdade do psiquismo humano, que o leitor projeta-se no texto para dimensionar sua subjetividade, o que redunda num processo de autoconhecimento. As narrativas de Paulo Coelho atuam sobre o comportamento do leitor e cumprem uma finalidade catártica. Chega-se a essas conclusões, tomando como suporte teórico as teorias da recepção de Hans Robert Jauss, associadas com as de Paul Ricoeur sobre texto e leitor, além das concepções de Kant e dos pós-kantianos sobre imaginação. O processo de autoconhecimento do leitor dá-se pela ident.

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