Pico na veia

Capa
Editora Record, 2002 - 239 páginas
Um bom conto é pico certeiro na veia. Mais uma vez, Dalton Trevisan acerta o alvo. Em PICO NA VEIA, o autor usa contos curtos e secos, construídos com ironia cortante e humor cáustico, para lançar um olhar objetivo sobre a condição humana, em tudo o que esta tem de oculto e ambíguo. São textos enxutos que retratam a realidade do Brasil de hoje, onde a miséria, o desemprego e o desespero diante da desesperança provocam suicídios, humilhações, medo, amargura e exploração sexual — particularmente das mulheres —, numa ficção de primeira qualidade. PICO NA VEIA é uma coletânea composta de cerca de duzentos contos. Alguns mais longos, mas, em sua maioria, o livro é uma sucessão de miniestórias. Nelas, os temas recorrentes de Trevisan reaparecem: os desastres do amor, os infernos particulares, a guerra dos sexos, as cenas da vida cotidiana, a condição humana. Tudo composto com uma quase avara escolha de palavras, só perdoada pela acuidade poética dos melhores haicais. Nada se perde na preciosa essência de suas tramas. Há muitos anos, Dalton Trevisan afirmou que só chegaria à perfeição quando compusesse histórias completas com apenas duas ou três linhas. Em PICO NA VEIA, literalmente, para bom entendedor, meia-palavra basta. Dalton Trevisan — considerado pela crítica especializada como o escritor que melhor soube dar dignidade aos sentimentos humanos — mostra que menos é mais. Com apenas algumas palavras e outros sinais gráficos, PICO NA VEIA transmite todos as aflições de homens e mulheres. De Dalton Trevisan, pessoa, pouco se sabe. Ele guarda a sete chaves sua intimidade, não dá entrevistas, não se deixa fotografar, provocando frustração em muitos pela sua recusa irrevogável. A quem lhe pede entrevistas, responde que, para saber mais de sua vida, basta ler seus livros. Ele ali está de corpo e alma. E, em PICO NA VEIA, mais uma faceta de seu caráter é revelada.

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