Imposturas intelectuais

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Record, 20 de abr. de 1999 - 322 páginas
Em 1996, o físico Alan Sokal conseguiu que um ensaio fosse publicado na Social Text, uma influente revista acadêmica sobre estudos culturais, apontando as profundas similaridades entre a teoria da gravitação quântica e a filosofia pós-moderna. Logo depois, ele revelou que este ensaio era uma parábola brilhante, um catálogo de frases sem sentido, escrito na atual e impenetrável linguagem dos teóricos da pós-modernidade. O acontecimento abriu um furioso debate nos círculos acadêmicos, e foi parar nas primeiras páginas dos principais jornais dos EUA e da Europa. Alan Sokal e Jean Bricmont prosseguiram a partir do ponto onde a paródia tinha parado. No polêmico Imposturas intelectuais, eles desmantelam como pseudocientíficos os textos de alguns dos mais festejados intelectuais franceses e americanos. Em cada capítulo, eles selecionam textos do autor correspondente para fazer uma crítica minuciosa da significação e do uso adequado dos termos e conceitos científicos que neles aparecem. Dessa forma, estão presentes a lógica matemática de Lacan, a análise do discurso poético de Kristeva, a incorporação dos atratores estranhos e os espaços não-euclidianos em uma reflexão sobre a história em Baudrillard, a logorreia pseudocientífica na obra de Virilio, o abuso da geometria em Riemann, a mecânica quântica sob Deleuze e Guattari, a geometria fractal, a teoria do caos e o teorema de Gödel, entre outros desenvolvimentos científicos sedutores. O objetivo de Imposturas intelectuais, segundo os autores, é analisar estritamente a ocorrência dos conceitos científicos na obra de cada um e, assim, mostrar como esses pensadores pós-modernos falam de teorias científicas das quais só têm uma vaga ideia. Para Sokal e Bricmont, eles importam para as ciências humanas noções das ciências exatas sem justificativa empírica, assim como exibem uma erudição superficial para impressionar o leitor com termos da ciência, manipulando frases sem sentido. O segundo alvo do livro é atingir o relativismo cognitivo, que constitui um ingrediente epistemiológico essencial de grande parte do discurso gerado nos programas de cultural studies e sciences studies das universidades norte-americanas.

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